sábado, 23 de abril de 2011

A doçura do Sal

Cansada dessa vida de vale nada,
De momentos intermináveis de faz-de-conta,
Com personagens tão bem desenhados
E sem movimento, sem vida, sem sangue.
De que isso vale? Nada.

O seu sorriso ensaiado e as suas respostas gravadas
Não arrancam mais aquele encanto dos meus olhos,
E eles agora riem de, e não mais para você,
E do seu pobre espetáculo, abandonado,
Solitário palhaço.

Quero o vermelho mesmo que com dor
Frente a esse verde-esperançoso sem cor alguma.
Quero um artista errado, sem estética montada
Que me apresente a vida, todos os dias, irregrada
E da maneira mais bem-humorada e humana.

Quero a vida antes no sentir do que no saber.
Quem sabe assim os dias me aplaudam
Sentindo no cheiro do sal e no gosto da flor
A doçura de me saber viva e destemida.
O conhecimento nunca traz alegria.

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