terça-feira, 12 de abril de 2011

Doação

Sonho com o que o escuro dos meus olhos não alcança
E o que só o silêncio não explica.
Sonho com gritos enfurecidos de vida,
Em beijos serenos.
Neblina.
Visão confusa, mas ainda atenta,
Aceitando minhas próprias doenças,
Minhas culpas tão facilmente absolvidas.
Boemia?
Amor furiosamente pacífico,
Que só ataca heróis que se deixam morrer,
Madrugando, em mesas de bar, virando lágrimas.
Bebida.
Companhia das minhas aventuras mais reprimidas.
O meu sonho é do mundo, não é só meu.
Sonho com freqüência acompanhada.
Acordo sozinha.
O mundo também acorda com minha dança matinal,
E sempre fecha as cortinas pra quem comunga a própria vida,
Antes de recomeçar seu pesadelo particular.
Infinita...

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