segunda-feira, 4 de abril de 2011

Dívida eterna de uma mente com lembranças

Você não pagou sua dívida com meu coração
E me deixou individada com o mundo.
Estou agora devendo uma vida,

Negociada com lágrimas de espera,
Sorrisos nostálgicos,
E uma falta gigantesca do teu colo.

Buscando sempre o teu beijo apertado,
E aquele teu abraço de quebra-cabeça.
E confusa.

E se eu for obrigada a comprar outra vida
Que não seja a tua-minha,
E achar caro demais?

E se, deslumbrada com o novo,
Eu gostar das peças desse outro jogo
E não te quiser mais?

Fora qualquer resposta,
Existe agora apenas uma saudade,
Saudade imensa de tudo o que a gente viveu em prestações,

Pequenas parcelas de tanto sentimento.
Pequeno tempo eterno,
Infinita saudade.

E agora me pego aqui, idiota, vivendo de memórias,
Vendendo-me por tão pouco pela tua simples presença,
Sendo que pago sempre uma fortuna por esse teu sorriso barato.

7 comentários:

  1. Olá PRI!

    Estou vivendo um momento em que suas palavras parecem facadas em meu peito. Mas ao mesmo tempo o conforto de jogar outro jogo.
    Quanto a saudade, aprendi com a Lisa Simpson o seguinte: No começo ela (a saudade) é muita, depois menos e por fim quase nada.

    Um abraço e parabéns por traduzir o que aflige a tantos.

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  2. Esperemos o "quase nada" então...
    E eu que agradeço, pelo seu tempo dedicado aqui e por deixar seu peito ao dispor das minhas palavras. Que elas possam continuar te confortando.
    Ah, que bom que você tem pelo menos um nome agora...

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  3. "Ah, que bom que você tem pelo menos um nome agora..."

    Eu já havia escrito o meu nome nas "entrelinhas", você que não teve paciência para percebê-lo. E meteu um "pé-na-bunda" dos "anônimos", mas gostei da sua classe com que o fez.
    Bom, não devo escrever muito, afinal, não posso fugir do propósito do blog, que é nobre.

    Gostaria de te escrever sobre outras tantas coisas, mas não aqui no blog.
    Poderia ser por e-mail, os carteiros já não são mais tão eficientes e eu nem sei em que planeta você mora.

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  4. E-mail, taí, podemos tentar então um contato.
    E quanto ao planeta onde eu moro, bom, os mapas são confusos, e vc certamente não gostaria de habitá-lo...
    Assim como diria Clarice, o material do mundo me assusta, com seus planetas e baratas...

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  5. Não fale mal das baratas; o Joe não vai gostar.

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  6. No meu planeta falta uma rosa
    da raposa, já conheço sua prosa
    Ainda que tenha espinhos
    não é pior que ser sozinho

    A raposa sabe o que é cativar
    No mundo dos homens, não
    se iludem em tudo comprar
    (e como não existem lojas de amigos)
    só encontram a solidão

    O meu planeta é simples e pequeno,
    como eu
    Não há vagas, apenas uma
    que já está reservada

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