quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Opinião hojística

Eu me dou pouco tempo
Pra matar isso que hoje me mata.
Eu me dou apenas alguns dias
Pra pelo menos me permitir mudar,
Ou não mudar, mas ao menos tentar...
Que seja estudar mais,
Aprender um novo idioma,
Tocar um instrumento
Ou até viver um novo amor...
Viver de música, de poesia e só.
Sozinha.
Mesmo acompanhada.
Eu me dou pouco tempo
Pra fazer essa minha maldita alma boêmia
De pseudo-artista
Tentar ser feliz.
Chega de dor.
Chega de sofrer por tudo e por todos.
Chega de sofrer por mim e pelo mundo.
Por quem não merece, ou merece, sei lá...
Mas chega!
E ponto final.
E que isso vença minha inconstância
E dure pelo menos até amanhã,
E não seja novamente reticências
De um coração geneticamente confuso.

Anilha

Eu me dôo tão leve
Mas o peso que está embutido em mim
Sempre me impede de levantar vôo
E nunca me permite chegar a outro lugar.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Aceite

Eu já sei e espero que você saiba
Que os meus amores serão sempre intensos
E todos serão para sempre
Um jamais irá curar o outro
Pois o meu coração é imensamente irracional e louco
E há em mim uma memória tão sem razão.
Tudo em mim é amor e sempre foi
E eu não saberia amar à prestação.

Existência

Se a poesia que (talvez) há em mim
Não puder haver também em tantos outros corações
Também inquietos
Direi então que é por que ela nunca existiu.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sonho

Que bonito seria
Se todos os meus quereres de um dia
Fossem a verdade dos outros tantos minutos
Lentos, de todas as noites insones
E sozinhas...

Noite

Anunciadamente escura
E cheia de luz ainda assim
Iluminando o final de um túnel com fim.
O término de um tempo que persiste
Buscando o sorriso que ainda existe
E que falsamente diz por mim
Sobre alegrias que ainda não vivi
Nesse tempo em que me perdi.

Ele

Meu coração?
Se ele soubesse o mal que me faz
Se tivesse coragem de me dar paz
Diminuiria seu exagerado amar
Iria embora, em outro corpo morar
Ou mudaria esse nome ingrato
Cheio de sonhos inacabados
E já marcado pra só amordor dar.

Ah, amiga minha

Minha saudade
Minha sobriedade
Meus dias ruins
Agora também seus...
Sua presença
Suas dores
Seus amores
Agora não mais meus...

Mas que coisa é essa, amiga
Que não sai aqui de mim
E que se alegra só de te saber assim
Com esse sorriso no rosto
Esse andar sempre jocoso
E essa velha mania de viver
Viver assim...

Que pra quem só se verá de partida
As vidas sejam mais que lindas
E nossas histórias repetidas
Ao longo dos caminhos adotados
Do vento e dos calendários.

E que o carinho que nos uniu
Seja leve e voe alto
Pra nos alcançar em outros lados
De novas companhias e novos retratos
Ladeando sempre por momentos afins...