sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Inferno das flores

Vivendo um inverno inacabado
Enquanto a minha primavera já devia estar bem resolvida...

Não-legal

Lembranças malditas e mal-educadas
Encontraram esse papel traidor e subornaram a tinta...
Lembro-me então que a gente era um só. E bastava.
Poeira e pó, fumaça e neblina. Solidão sempre acompanhada.
Soneto sem rima, mas poesia.
Poesia que buscou a métrica e se perdeu na busca,
Sozinha.
Hoje estás longe. Dos meus bem-quereres
E do meu próprio mal-me(te)-quero.
Viajas pelos caminhos mais tortos
Que eu não sei alcançar, nem quero.
Desististe de usar o sábio peito pra pensar
E agora só sabes usá-lo pra engolir e soprar
Mentira.
Ficção induzida. Alegria comprada.
Penso: quem me dera ser de novo a tua erva mais fina,
Pra temperar essa tua história sem ar, sem gosto,
E te queimar no abraço quente daquela nossa vida...
Mas já tens outra, barata, mentirosa e fria
E dizem que ela tem te feito feliz,
Ainda.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O que se pode ser

Silêncio. Faça silêncio.
Minha vaidade precisa descansar em paz.
A sua paz, paciência.
Faça o que eu quiser,
O meu grito mudo no seu ouvido não mudará.
Pode enlouquecer calada.
É poder pelo poder, poder não moderado.
Injusto? Sinta apenas.
E engula à seco, pro meu agrado.
Nem tente produzir saliva pro que não será escutado,
E não pense que a tinta no papel trará resultados.
Sinto muito. Sinto nada.
A cinta que te prende não será censurada.
Aceite a surra. Fique feliz amarrada.
Depois volte pra casa, chore escondido
E amanheça conformada.
Mas por favor, seja um nada.