Se há em mim um Deus, ou qualquer deus,
Se vários, ou um só,
Se há uma mínima verdade,
Na qual eu possa agora descansar meus pensamentos,
E um único ombro onde desabar todas essas lágrimas,
Presas por um nó infinito na minha voz,
Voz de quem agora já não canta nenhuma beleza,
Dessa boca que sorri mergulhada em tristeza,
Se há qualquer coisa de maior em mim que eu mesma,
E que possa me salvar de mim
E desse castigo que tem sido ser quem sou,
Pelo amor desse deus que eu desconheço,
Apareça agora e me liberte,
Pegue-me nos braços de uma paz qualquer e me carregue,
Porque a vida agora anda rastejando dentro de mim.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Guerra em mim
Quando irei desarmar meu peito
E enfrentar de frente as guerras nas quais me meto?
Quando perderei o medo?
Não há como lutar sem coragem.
Não há como ir a uma guerra e não se machucar.
Ninguém vence sequer uma batalha sozinho.
Não há guerra e não há amor sem riscos.
Talvez o que me falte seja um companheiro de luta.
Não apenas mais um soldado, armado pela força,
Mas um guerreiro, armado por sonhos.
Aquele por quem eu vá a Roma sem sequer uma palavra.
Aquele por quem toda guerra seja válida
E toda marca seja justa.
E enfrentar de frente as guerras nas quais me meto?
Quando perderei o medo?
Não há como lutar sem coragem.
Não há como ir a uma guerra e não se machucar.
Ninguém vence sequer uma batalha sozinho.
Não há guerra e não há amor sem riscos.
Talvez o que me falte seja um companheiro de luta.
Não apenas mais um soldado, armado pela força,
Mas um guerreiro, armado por sonhos.
Aquele por quem eu vá a Roma sem sequer uma palavra.
Aquele por quem toda guerra seja válida
E toda marca seja justa.
Constatação besta
O relógio andando,
O meu tempo parado,
Desordem no quarto,
Atraso nos trabalhos,
Bagunça no peito,
Coração abandonado,
E só.
Eu preciso, preciso tanto
Que apareça alguém
Que pare o meu relógio,
Acelere meu tempo,
Bagunce comigo o meu quarto,
Aquiete meu peito
E adote meu coração.
Preciso, preciso muito
De um novo amor pra curar essa solidão.
O meu tempo parado,
Desordem no quarto,
Atraso nos trabalhos,
Bagunça no peito,
Coração abandonado,
E só.
Eu preciso, preciso tanto
Que apareça alguém
Que pare o meu relógio,
Acelere meu tempo,
Bagunce comigo o meu quarto,
Aquiete meu peito
E adote meu coração.
Preciso, preciso muito
De um novo amor pra curar essa solidão.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Eu não
A minha relação com o "não" é incoerente.
Quando ele sai de mim,
sai com a facilidade de quem não se permite,
de quem tem medo de sei lá o que,
sempre.
Relação fácil e constante.
Rotineira, eu sei.
Mas quando ele me vem,
vem com o peso de alguém imaturo,
que não sabe lidar com as negações
ainda,
de quem se frustra com qualquer censura
e, admito, tem um ouvido mimado com "sim's"...
O que eu ainda preciso aprender
é que ao dizer não aos outros também digo não a mim.
A censura é mútua ao não se permitir.
Talvez por isso, também,
o meu grande descontentamento comigo mesma
ultimamente...
Quando ele sai de mim,
sai com a facilidade de quem não se permite,
de quem tem medo de sei lá o que,
sempre.
Relação fácil e constante.
Rotineira, eu sei.
Mas quando ele me vem,
vem com o peso de alguém imaturo,
que não sabe lidar com as negações
ainda,
de quem se frustra com qualquer censura
e, admito, tem um ouvido mimado com "sim's"...
O que eu ainda preciso aprender
é que ao dizer não aos outros também digo não a mim.
A censura é mútua ao não se permitir.
Talvez por isso, também,
o meu grande descontentamento comigo mesma
ultimamente...
terça-feira, 22 de março de 2011
Atemporal
Antes do anoitecer te vi
e antes do amanhecer nosso filme teve um fim.
Estou aqui agora
tomada pela sensibilidade confusa
de uma alma poética que há muito vive assexuada.
Não não, ainda há muito de amor em mim.
Vivo tomada por uma alma bi, tri,
poliemocional, diria...
Mas sozinha.
Talvez.
Talvez um novo verso saia,
estupre-me esse momento e me salve.
Talvez ele fique e me mate.
Talvez ele já seja um prematuro,
nascendo agora, novo herdeiro órfão de mim mesma,
filho de quem eu nem sei quem sou.
Mas quantos nascimentos ainda terei que ter para viver?
E me ser?
Quantos versos ainda terão que de mim partir,
para talvez, um dia, te ter?
Não sei.
E antes do entardecer de hoje eu gostaria de te ver...
e antes do amanhecer nosso filme teve um fim.
Estou aqui agora
tomada pela sensibilidade confusa
de uma alma poética que há muito vive assexuada.
Não não, ainda há muito de amor em mim.
Vivo tomada por uma alma bi, tri,
poliemocional, diria...
Mas sozinha.
Talvez.
Talvez um novo verso saia,
estupre-me esse momento e me salve.
Talvez ele fique e me mate.
Talvez ele já seja um prematuro,
nascendo agora, novo herdeiro órfão de mim mesma,
filho de quem eu nem sei quem sou.
Mas quantos nascimentos ainda terei que ter para viver?
E me ser?
Quantos versos ainda terão que de mim partir,
para talvez, um dia, te ter?
Não sei.
E antes do entardecer de hoje eu gostaria de te ver...
sexta-feira, 18 de março de 2011
Aviso:
Devido ao significativo número de comentários anônimos, e por sentir que o foco dos mesmos nem sempre era a poesia, fugindo do propósito do blog, e mais ainda, diante da minha dificuldade de lidar com as coisas "ocultas", resolvi mudar as configurações dos comentários para apenas pessoas identificadas. Desculpem-me se isso parecer censura, ou que não gostei do que li (em alguns casos gostei bastante), mas é algo meu que não consegui não considerar. Espero que alguns "anônimos", caso realmente ainda tenham interesse, se denominem em futuros comentários... Abraços! E obrigada pelo tempo dedicado durante essas visitas.
Devido ao significativo número de comentários anônimos, e por sentir que o foco dos mesmos nem sempre era a poesia, fugindo do propósito do blog, e mais ainda, diante da minha dificuldade de lidar com as coisas "ocultas", resolvi mudar as configurações dos comentários para apenas pessoas identificadas. Desculpem-me se isso parecer censura, ou que não gostei do que li (em alguns casos gostei bastante), mas é algo meu que não consegui não considerar. Espero que alguns "anônimos", caso realmente ainda tenham interesse, se denominem em futuros comentários... Abraços! E obrigada pelo tempo dedicado durante essas visitas.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Milagre
Se o positivo não pode com o negativo
Eu não espero que todos os dias um novo milagre apareça
Essa coisa de fator só funciona
Pra quem escuta apenas a cabeça.
Nada nunca deve ser separado
A foto e o porta-retrato, o peixe e o aquário,
Nem mesmo os opostos
O belo e o feio, o redondo e o quadrado.
Só a Esquerda e a Direita,
Por uma questão funcional de lados...
Só a razão separa.
Mas eu não, eu tenho um coração elétrico
Que nunca se importa com o que é incomum
Que espera apenas que o milagre da vida aconteça
E que continua tentando se unir a todos os pólos do mundo.
Eu não espero que todos os dias um novo milagre apareça
Essa coisa de fator só funciona
Pra quem escuta apenas a cabeça.
Nada nunca deve ser separado
A foto e o porta-retrato, o peixe e o aquário,
Nem mesmo os opostos
O belo e o feio, o redondo e o quadrado.
Só a Esquerda e a Direita,
Por uma questão funcional de lados...
Só a razão separa.
Mas eu não, eu tenho um coração elétrico
Que nunca se importa com o que é incomum
Que espera apenas que o milagre da vida aconteça
E que continua tentando se unir a todos os pólos do mundo.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Circo Voador
Você chegou
Circo voador, passou por aqui
Fingiu sonhar comigo
E me fez pular do meu trampolim
Encantada, me fiz escrava
Servindo aos seus pés todas as minhas faces
Todos os pesares
De um triste palhaço
Ou de um domador ruim
Viu-me louca
Ciumenta e solta, beata e meretriz
Menina forte
Mulher sem vida
Descobriu-me onde nem eu me sabia.
E ao seu lado eu me fiz atriz
Dançando canções conforme quis
E ao embalo desse amor pagão
Vi-me um dia numa dança sem razão
Em um palco sem luz, dançando iluminada
Nenhuma platéia apaixonada
E então pude perceber que o nosso espetáculo já tinha um fim.
Circo voador, você voou sem mim.
Circo voador, passou por aqui
Fingiu sonhar comigo
E me fez pular do meu trampolim
Encantada, me fiz escrava
Servindo aos seus pés todas as minhas faces
Todos os pesares
De um triste palhaço
Ou de um domador ruim
Viu-me louca
Ciumenta e solta, beata e meretriz
Menina forte
Mulher sem vida
Descobriu-me onde nem eu me sabia.
E ao seu lado eu me fiz atriz
Dançando canções conforme quis
E ao embalo desse amor pagão
Vi-me um dia numa dança sem razão
Em um palco sem luz, dançando iluminada
Nenhuma platéia apaixonada
E então pude perceber que o nosso espetáculo já tinha um fim.
Circo voador, você voou sem mim.
Anônimos
Entre palavras tão escuras
De um claro grande mistério
E de um sentimento tão navegante
Desses que só existem de passagem
Fica apenas a curiosa pergunta
De quem não sabe a quem responder:
Será que os anônimos se atraem?
De um claro grande mistério
E de um sentimento tão navegante
Desses que só existem de passagem
Fica apenas a curiosa pergunta
De quem não sabe a quem responder:
Será que os anônimos se atraem?
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