Uma música bethânia tocando,
água morna queimando meu corpo,
um banho interminável para esconder uma lágrima.
Tortura íntima para salvar a alma.
Alma lavada, volto ao mundo.
Ele novamente me aceita de braços abertos.
E eu, sem seu abraço por perto,
me aperto em corpos estranhos,
me sujo em bocas profanas,
para amanhã não acordar mais bethânia,
e me lavar sob as águas frias da alegria.
Ser fria.
Ser mentira.
Ser nada.
Mais fácil dançar uma vida de mentira
que cantar uma verdade desafinada.
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É. Não fosse a poesia, muitos banhos quentes, muitos outros banhos gelados, seriam necessários para preencher a (nossa) infinita incompletude humana - por isso nos banhamos com palavras, não? 'Verdades desafinadas' não bastam, e desconfio que tampouco as danças de uma 'vida de mentira'.
ResponderExcluirO espaço sonoro e verbal da poesia é que às vezes basta, território indiscriminado que é.
Belos versos, Pri.